Review Moto X
Testamos o novo Moto X, o sucessor do top de linha da Motorola. O smartphone ganhou uma tela maior, um processador mais potente e novos recursos. Pelo preço de um intermediário, o usuário leva para casa um dos melhores aparelhos do mercado.
Por Anna Kellen Bull, da Redação
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O novo Moto X é mais um passo à frente dado pela Motorola. A empresa conseguiu repetir a fórmula de sucesso da primeira versão do smartphone e também adicionou novos recursos. O aparelho promete receber a versão mais recente do Android em breve, tem hardware de ponta e uma experiência de uso para ninguém botar defeito. Como resultado, a companhia conseguiu deixar o que era bom ainda melhor.
Confira no review do TechTudo tudo sobre o Moto X 2014, o novo smartphone da Motorola.
A mudança já começa por fora. O novo Moto X tem uma telona de 5,2 polegadas, contra 4,7 polegadas do seu antecessor. No entanto, isso não chega a ser bom para todo mundo. Sentimos bastante dificuldade para manuseá-lo com apenas uma mão.
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Para quem tem mãos pequenas, o celular não é muito confortável de segurar e quase escorregou diversas vezes ao tentar tocar na extremidade esquerda da tela com o polegar. Mas nada que tire o brilho do top: é mais questão de costume mesmo. Ele cresceu, com 140,8 x 72,4 x 10 mm, mas mesmo assim continua mais fino do que seu antecessor.
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O dispositivo está mais pesado, com 144 g, o que não incomodou durante os testes. Ao guardá-lo no bolso, o peso não atrapalha - mas você vai precisar de um com o fundo maior para que ele caiba por completo.
Testamos a versão com traseira de bambu, mas ainda há mais duas disponíveis: uma com acabamento em couro legítimo e outra de resina. Logo à primeira vista, dá para perceber que o Moto X 2014 impõe respeito por onde passa. A impressão ao olhar para ele é que tudo conversa na mais perfeita harmonia. Ponto positivo para a Motorola: acabamento e material de bom gosto. O smartphone tem um design levemente curvado e isso ajuda no encaixe das mãos.
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O aparelho segue com poucos botões físicos. Existem apenas dois, um para aumentar/diminuir o volume e o outro para ligar/desligar o dispositivo. Eles são feitos de metal, mas têm texturas textura diferentes, que ajuda a identificá-los sem olhar para o celular.
Na parte superior, ficam as entradas do fone de ouvido e do chip (nanoSIM). Já no lado de baixo do smartphone encontra-se a entrada para o cabo microUSB. Na parte traseira (não removível) há a câmera de 13 megapixels, rodeada por um anel com o flash LED duplo, e o logo da Motorola.
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Já na parte frontal do aparelho, estão os sensores infravermelho, a câmera de 2 megapixels e os alto-falantes (que não reproduzem som estéreo). Ao contrário do irmão "mais barato", o novo Moto G, o Moto X traz a saída e a entrada de som em "alto relevo", mas isso não nos incomodou.
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Ele acompanha ainda um fone de ouvido totalmente redesenhado. Agora, o acessório é branco e o design parece em alguns pontos com o da Apple. O fone traz um pequeno orifício, que é responsável pelos graves. Já nas pontas há o drive, para reproduzir o resto dos timbres. Por aqui, no entanto, o fone não agradou. O volume é absurdamente baixo e em lugares barulhentos, como transportes públicos, ele deixa muito a desejar.
A Motorola vai superar a Samsung? Confira a opinião de usuários no Fórum
O software da linha Moto é muito parecido com o encontrado nos Nexus, ou seja, um Android "quase puro". A Motorola acertou quando resolveu não fazer muitas alterações na interface. Algumas fabricantes modificam o sistema e adicionam apps para deixá-lo personalizado, mas o resultado não é interessante para o desempenho do aparelho. No Moto X, há pouquíssimas modificações em relação ao Android original projetado pelo Google, o que consome menos espaço e deixa o celular mais rápido.
O dispositivo vem com a interface do Google Now Launcher pré-instalada e tudo rodou muitíssimo bem. Para o usuário comum, que usa o smartphone apenas para ligar e usar redes sociais, ele é mais do que indicado. Com um senhor desempenho e a GPU Adreno 330, o aparelho pode satisfazer até os mais exigentes que usam o celular no limite da sua capacidade com apps pesados, como os jogos Asphalt 8: Airbone e Fifa 15 Ultimate Team. No multitarefa, o telefone também se saiu bem. Mesmo com diversos aplicativos abertos, ele trabalhou de forma veloz e foi possível alternar entre os apps sem problemas.
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O novo Moto X é equipado com um processador Qualcomm Snarpdragon 801 quad-core de 2,5 GHz, mas com os mesmos 2 GB de RAM da primeira edição. Para comparar, o Galaxy S5, top da Samsung, tem o mesmo processador do high-end da Motorola.
Para se ter uma ideia do poder de fogo do dispositivo, ele ficou acima de muitos tops de respeito em nossos testes de benchmark no aplicativo AnTuTu. Ele colocou o Samsung Galaxy S5, Galaxy Note 3 e o Sony Xperia Z2 para trás, perdendo apenas para o HTC One.
Em relação às pequenas modificações de software, a Motorola continua campeã quando o quesito é comandos de voz. Em nossos testes, resolvemos configurar o aparelho para responder a "Moto X ativar". É muito útil ouvir informações sem tocar no display, mesmo com a tela bloqueada. Basta dizer "Moto X ativar" e ele está lá, pronto para te atender.
Você pode perguntar qual é a previsão do tempo, pedir para lembrar de comprar leite no dia seguinte, ver quais são as sessões do cinema mais próximo, reproduzir vídeos, enviar mensagens no WhatsApp, abrir aplicativos, tirar fotos, postar no Facebook e muito mais. Tudo sem precisar tocar na tela. O melhor é que, diferente da Siri, ele se comunica em português. O ponto negativo é que em alguns locais barulhentos, o celular não reconheceu o comando de voz.
Existem três sensores infravermelhos localizados na parte frontal. Eles captam qualquer movimento perto da tela e acionam a notificação inteligente (como veremos mais adiante), desligam o alarme e ainda silenciam uma chamada. Para isso, o procedimento é muito simples: o usuário deve passar a palma da mão da esquerda para a direita, sem encostar na tela. Pronto, você recusou uma ligação e desligou o alarme sem nenhum esforço.
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Um recurso que achamos muito útil é o Assist. Com ele, é possível acionar algumas opções automaticamente e usar o comando de voz. Por exemplo: se você definir o seu endereço, o telefone identifica pelo GPS quando você chega em casa e passa a ler todas mensagem que chegarem e ainda avisa quem ligando. Para os motoristas, uma outra boa função é que o smartphone sabe quando a pessoa está dirigindo. Ele percebe que você está andando mais rápido do que o normal e, a partir daí, começa a ler as notificações que chegarem, melhora a captura do Bluetooth e também pode iniciar a reprodução de músicas.
Por último, o Assist ainda conta com a opção de reunião. Através do seu calendário, ele sabe quando você tem uma reunião e passa a silenciar todas as notificações. Além disso, o recurso envia uma resposta automática, via SMS, para quem te ligar.
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Uma outra função muitíssimo bem-vinda, que foi introduzida no primeiro Moto X e agora foi aprimorada, é a notificação inteligente exibida sem precisar tocar na tela do celular. Isso mesmo: basta você passar perto do smartphone a alguns centímetros de distância que os sensores infravermelhos detectam a sua presença e mostram mensagens e e-mails.
É possível escolher quais apps você gostaria de visualizar nesse recurso e também se deseja ver o resumo das conversas. Para desbloquear o celular e abrir direto em uma notificação específica, basta arrastar o dedo em direção a ela. Se quiser ignorá-la e fazer o desbloqueio normalmente, basta deslizar para baixo.
Quem acha que esse recurso vai gastar muita bateria está enganado. A tecnologia usa apenas os pixels mínimos necessários para exibir as notificações. Acredite, o consumo extra de carga com essa função não foi notado durante os nossos testes. Pelo contrário, ela até economiza a bateria porque não é necessário desbloquear o celular a todo momento para ver as notificações.
Falando em bateria, o aumento em comparação com o último Moto X foi pouco: de 2.200 mAh para 2.300 mAh, o que não é necessariamente um ponto negativo. Foi possível utilizar o celular durante 18 horas com uso moderado, entre algumas olhadas no feed do Facebook, Instagram e WhatsApp. Também testamos a bateria com um uso mais intenso, com jogos e apps pesados, brilho de tela a todo vapor, 4G e Wi-Fi, junto do GPS.
Ele teve um bom desempenho em outros recursos já conhecidos, como Migração Motorola, que transfere dados de celulares antigos para o Moto X. O Motorola Alerta, opção que permite mostrar aos seus amigos onde você está e se precisa de ajuda, também está presente.
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O aparelho traz ainda uma função, chamada de Connect, que permite controlar algumas atividades do Moto X, como enviar e responder mensagens de texto e rejeitar ligações, através do navegador Google Chrome. Com uma extensão instalada no Windows, Mac e Linux, é possível se conectar ao aparelho e até localizá-lo em caso de perda ou roubo.
Além disso, o Moto X vem equipado com o Android 4.4 (KitKat) e deve receber a atualização 5.0 (Lollipop) a qualquer momento. Por fim, mas não menos importante, ele possui compatibilidade com Internet 4G, GPS, Bluetooth 4.0, USB 2.0, NFC e o seu armazenamento interno é de 32 GB sem entrada de cartão de memória microSD.
Para muitas pessoas, a saturação e o contraste do display Amoled do primeiro Moto X eram exagerados. Com uma tela Full HD de 5,2 polegadas, o novo Moto X surpreende e consegue deixar qualquer pessoa de queixo caído. A telona de 1080 x 1920 pixels (densidade de pixel por polegada de 424 ppi) é ideal para ver fotos, assistir a filmes e vídeos. Mesmo a resolução não sendo tão boa quanto a do LG G3, ele é bem nítido, reproduz cores vívidas e não fica devendo muito para os concorrentes.
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Durante nossos testes, nenhum arranhão foi detectado, graças à proteção Corning Gorilla Glass 3, que protege a tela contra riscos. Além disso, o aparelho possui proteção contra respingos, mas cuidado: isso é diferente de ser à prova d'água. Ele apenas sobrevive a alguns pingos de chuva e em uma mesa molhada, por exemplo.
Chegamos ao ponto mais sensível deste review. A câmera do Moto X sempre foi um problema, desde a primeira edição, com 10 megapixels; os usuários se queixavam de imagens de baixa qualidade para um top de linha. Bom, a Motorola os ouviu e melhorou o seu ponto fraco. Agora, a lente traseira traz 13 megapixels e consegue reproduzir boas imagens com cores vivas em condições ideais de luz. Já a câmera frontal possui 2 megapixels e permite tiras selfies satisfatórias também em ambientes iluminados.
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Entretanto, o problema persiste em locais com baixa luminosidade, como é possível perceber na foto abaixo. Os resultados são fotos granuladas, com pouca nitidez e dificuldade no balanço de cores. Bem, o flash LED duplo pode ajudar nesses casos.
Em vídeos, o aparelho filma até em 4K e ainda possui modo câmera lenta de até 120 quadros por segundo em Full HD. Mas nas filmagens o problema da fotografia continua: excelente em luz ideais e deixa a desejar em locais escuros.
Há ainda dois recursos da câmera que devem ser ressaltados. O primeiro é um atalho que permite abrir o modo de fotografia com apenas dois giros do pulso. Vamos explicar: basta mexer a mão como se estivesse acelerando uma moto para a câmera abrir, mesmo com o celular bloqueado. Usamos muito durante nossos testes, economizou um bom tempo e rendeu bons cliques de momentos que não podem esperar.
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O segundo recurso é um que tira várias fotos antes e depois de você tocar na tela. Assim, se a pessoa piscou os olhos durante o clique, o celular captura também um momento antes com os olhos abertos e ainda sugere a melhor imagem.
Como estamos falando de um smartphone top de linha, o desempenho da câmera ainda pode melhorar. Por enquanto, há outros concorrentes que cumprem melhor esse papel, como o Lumia 1020 da Microsoft.
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Não há como negar que estamos falando do smartphone com o melhor custo-benefício do mercado. O Moto X 2014 evoluiu bastante em relação à versão anterior. Ele ganhou uma tela maior, um processador mais potente, novos recursos, design refinado, melhorou a câmera e, mesmo depois disso tudo, conseguiu manter o seu preço competitivo.
Por R$ 1.499, você leva para casa um celular com especificações e desempenho de respeito. Ele pode não ser perfeito, mas sua configuração aliada ao belo design e recursos fazem do novo Moto X a maior aposta da Motorola para concorrer com outros gigantes. A companhia conseguiu, enfim, produzir e aprimorar um smartphone com performance premium a um preço acessível.
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Prós
- Design refinado;
- Android "quase puro";
- Desempenho top;
- Recursos "Moto";
- Melhor custo-benefício.
Contras
- Não é confortável usá-lo com uma mão;
- Alto-falante não é estéreo;
- Câmera ainda não impressiona;
- Sem entrada para microSD.